A Criação


Deus criou o homem
E este criou Deus

Deus criou as coisas
E deu vida pro homem

O homem criou coisas
Que sustenta a vida de Deus

Deus deu a casa
E o homem cobrou aluguel

O homem criou a casa de Deus
O aluguel era pra ser só a fé

Deus cria
O homem recebe

Deus deu vida
O homem mantém a vida

O homem destrói
Deus se cala

Ponto final


Há boatos de que minhas poesias
Já não me pertencem
Se é que já foram de meus pertences
Pessoais ou impessoais

Minha alma vincula com cada verso
Universos de galáxias de confusões
A posse não é verbo para ser conjugada
Infinitos de meus e seus, minhas e suas

O tempo gasto em um poema mal fundamentado
Também deixou de me pertencer
Tenho pontos, só pontos, uma infinidade deles
Faço deles, então, o que quiser, ponto final.

Quem é?


Desde quando o mundo tem dono?
E se tem, quem é o dono do mundo?
O dono do mundo, se tiver algum, tem filhos?
Quantos filhos tem o dono do mundo, supondo que ele seja o dono do mundo?

Quem é pai?
Quem é filho?
Quem é incesto?
Quem sou eu?
Quem é você?

A gente somos nós
E nós somos nada.

Ou somos tudo?

Um gosto pela vida


A vida grita, e eu não escuto
A vida roga, e eu nego
A vida me segue, e eu evito
Serei eu, assim, tão morto?

Uma vida robusta


Me fiz de uma figura ereta
Bem arquitetada em centro
Qualquer meio consequente.

Minhas mãos foram lavadas
Limpas de qualquer ferimento
Tempos passados não me assombram

Guardei minhas meias e medos
Sem meias palavras. Me calei.
Fiz de mudo.

Me mudei pra vida
Me fiz surdo pro mundo.

Vida, vida, vida
Pare de bater
A casa não está cheia
Mas não cabe você


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