Leve e Abstrato.



Todo dia é o mesmo dia
Sem roteiro, sem script novo
O dia é soprado sem sincronia.

Toda escuridão é a mesma guerra
Sentidos contra razão
Afago minhas dores no meu sinto.

Silêncio!
Cuidado para não acordar meu pesadelo.
Faz tempo que ele deixa de dormir
Os sonhos são agitados
Um paradoxo, silêncio de um samba de carnaval

Enfim vou me desvaindo
Todo dia queimando minha doutrina
A passagem do abstrato para a fumaça

Foi quando em vulto apareceu
Mulher donzela que me cultuava
Seus sentidos estavam ali.
Em menos de uma vida, respirou toda minha fumaça
Se intoxicou, vomitou
Não aguentou a confusão

Mas a donzela se revelou
O sabor da arte pairava na sua boca
Forte, salgado, alto teor de um sabor agridoce
Tanta energia bem gasta

Grande mulher para uma escória de homem
Ficou ali velando minha alma
Enquanto a sua, gritava por ajuda
Teimoso é meu espírito

Toda noite foi assim
É assim
Vou me fumando aos poucos
Engolindo todo o amor
Inspirando pesado
Expirando leve.

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